segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Outono Polifónico


Sempre que se anuncia uma festa, um encontro ou mesmo o mapa da "partilha da água" para a rega das terras, esses cartazes ou avisos são colocados na porta da "loja", este por acaso está na porta da carpintaria do tio Figueiredo, que "Deus tenha em bom lugar".
Neste Sábado, depois de um dia frio e ventoso a apanhar castanhas e quando já doía o corpo todo, tivemos um fim de tarde cultural.

O Coral Brigantino que vai realizar quatro encontros neste Outono escolheu Gondesende para acolher o primeiro, esta iniciativa teve como convidado, o Coral Euterpe de Alhandra. A aldeia é muito acolhedora e possui uma igreja muito antiga do séc.XVII ou XVIII (não existem registos muito esclarecedores), valiosa e muito bonita, um espaço muito peculiar para este tipo de eventos.

Foi, um fim de tarde diferente, gélido mas muito agradável, e como "Maomé não vai à montanha, vai a montanha a Maomé",  e as pessoas da aldeia tiveram deste modo a possibilidade de assistir a um espectáculo a que não estão habituados e que é sempre do seu agrado... e como bom povo acolhedor que é, retribuiu a atenção com um magusto, uma boa lareira e um copinho de jeropiga para compensar o frio e a "secura" das gargantas depois de tanta "cantoria"...

Na nossa  igreja podemos admirar santos muito antigos e ainda bem conservados como a Senhora da Assunção que é padroeira da nossa aldeia, a Senhora do Rosário, o Senhor dos Passos, o Santo André (festa realizada no dia 30 de Novembro) e finalmente, o Divino Senhor pregado na cruz.
Este Santo, contam os mais velhos, quando estava a ser feito em madeira de pereira por um grupo de artistas que ficavam alojados na aldeia durante esse periodo, fez um milagre... estes comiam cada dia em sua casa e uma senhora que tinha de lhe dar de comer no dia seguinte e julgando não ter pão, foi ao forno e encontrou-o cheio de pão para saciar a fome aos artistas. E contam ainda, que quando se formavam grandes trovoadas, abriam as portas da igreja e acendiam-se oito velas no seu altar, e a trovoada passava ao largo da aldeia sem fazer grandes estragos...