domingo, 23 de maio de 2010

"Dia do Corpo de Deus" - Festa de Gondesende, 3 de Junho de 2010


A aldeia tem como festa principal o "Dia do Corpo de Deus", sempre numa quinta-feira, este ano será no dia 3 de Junho. O grupo de mordomos deste ano tem praticamente tudo pronto para o grande dia.
O dinheiro para pagar as despesas com a organização; música, prémios para os jogos tradicionais e festa religiosa, está praticamente todo reunido. E o que ainda falta virá da quermesse e do bar. O trabalho esse fica a cargo das pessoas cá da terra. 
Este ano teremos torneios de sueca, paus e fito, missa com o sr. Padre João e procissão pelas ruas da aldeia. Se tudo correr bem e não chover, "O Sindikato", será o grupo musical que vai animar o baile no largo "dó lameiro". Todos estão já convidados para um pé de dança pois não vão faltar as modinhas e corridinhos e como o largo já está empedrado não se levantará muito pó.
Para manter viva a tradição iremos organizar o jogo do fito e o jogo dos paus que serão realizados, como sempre, no fundo do pomar, perto do campo da bola. Os prémios serão os do costume. Se o dia estiver quente não faltarão também as bebidas frescas.

Sendo esta uma festa religiosa também teremos missa e procissão. Além dos familiares e amigos dos habitantes da aldeia deveremos também ter cá os nossos vizinhos das outras aldeias da freguesia. Esperemos que tudo corra bem e, como de costume, que todos se divirtam.
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segunda-feira, 17 de maio de 2010

O sossego das noites em Gondesende

O sol acabou de se esconder no cabeço de Maquieiros e a noite cai agora lentamente sobre a nossa aldeia. O dia esteve hoje um pouco mais quente e o horizonte tingiu-se de tons avermelhados antes de escurecer totalmente. Hoje já é raro o mordomo do sino tocar às trindades e esses toques já não anunciam o fim de mais um dia de trabalho. Há tradições que deviam manter-se pelas recordações que nos trazem.
Tal como nos tempos de infância as noites estão ainda povoadas de bruxas, medos e histórias de encantar. Depois do sol se esconder apenas os animais do monte se entregam às suas lides. Nas touças e soutos de Marnuno ouve-se por vezes uma coruja ou o piar de um mocho agoirento. Noutros tempos escutavam-se, nas noites geadeiras de inverno, os uivos dos lobos no Monte Escuro. Esses sim, quando andavam piegos, só de ouvi-los deixavam-nos um arrepio na espinha. 
Agora apenas se ouvem, de vez em quando, os latidos (gaugar é o termo que mais usamos) de uma raposa à procura de um galinheiro mal cerrado. Finalmente o sossego, por vezes tão silencioso que até incomoda. Quando o Baceiro leva muita água e o vento sopra a favor ainda se ouve o barulho das cachoeiras. Mas a primavera já vai alta e o rio tem menos caudal.
Como Gondesende fica mais baixo que as aldeias vizinhas depois de escurecer só se avistam as luzes da aldeia de Maçãs. A 8 km de distância em linha recta, lá estão elas sempre presentes a lembrarem-nos que afinal não estamos sós. Por cima o céu estrelado está hoje tão claro que até o caminho de Santiago se vê perfeitamente. Vá, vamos dormir que é tarde e amanhã  temos mais um dia de trabalho.
Deus nos dê boa noite...

terça-feira, 11 de maio de 2010

"Galo no pote"

Este Domingo acordou escuro e com “cara de chuva” mas um grupo de corajosos meteu “pernas ao caminho” e resolveu cumprir os planos para esse dia, um Passeio pedestre nas redondezas da aldeia. Como o tempo não permitia, o passeio não foi muito longo, fomos até Portela e regressamos a Gondesende deliciando-nos com a bela paisagem que sempre nos acompanhou durante toda a caminhada.

Quando chegamos à aldeia a azáfama era geral, os potes estavam ao lume, as mesas estavam postas, a canja fervia na panela… O cheirinho que pairava no ar prometia um belo repasto. Mais uma vez, tivemos um almoço/convívio na nossa Casa do Povo sendo a ementa um pitéu de lhe” tirar o chapéu”, “galo no pote” regado com bom vinho tinto. Juntou-se muita gente e a animação foi geral estendendo-se pela tarde fora…

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Sai sempre !

A quermesse da Festa de Gondesende, finalmente, está terminada. Todos os artigos estão já numerados e a cada um corresponde o respectivo papel da sorte. As rifas estão já todas enroladas na caixa de chapa à espera daqueles que queiram tentar a sua sorte. Nesta quermesse tanto pode sair um boneco de louça, como uma garrafa de champanhe ou ainda as tão famosas e apreciadas cestas e cestos de verga...
Estão, desde já, convidados a jogar... pois neste caso "SAI SEMPRE"!...
Vemos-nos na Festa.
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terça-feira, 4 de maio de 2010

Vamos fazer cestas para a quermesse

O tempo já começou a aquecer, os dias são cada vez maiores, por todo o lado se vêm flores e à tarde já se ouve cantar o cuco à costa e em castromil. Algumas manhãs mais frescas ainda nos trazem a neblina matinal que cobre tudo como uma nuvem de algodão.
O dia da festa já está a menos de um mês e ainda há tanto por fazer.  É preciso trabalhar para juntar o dinheiro necessário à organização da festa. A quermesse é uma das principais fontes de receita e ainda que todos os bilhetes tenham prémio são as cestas que todos procuram ganhar quando compram as rifas. Por isso alguns já correram as margens das ribeiras de duçãos para apanhar o vime, a verga e as salgueiras necessárias para fazer as cestas da quermesse. Depois as varas cortadas foram apertadas em feixes e postas de molho no tanque. Alguns feixes foram ainda descascadas para se fazerem as cestas mais claras que servem para levar a merenda ou por o pão na mesa. Quando as cestas são para apanhar batatas, castanhas ou carregar outros produtos da terra  não é necessário utilizar vergas descascadas.

Depois das vergas bem demolhadas chega o dia de fazer as cestas. Aqueles que querem colaborar juntam-se na casa do povo para mostrarem o que sabem e ajudar quem queira aprender. Ainda que não seja uma tarefa dificil é necessário ter as mãos fortes e calejadas para que a verga fique bem apertada e a cesta não se deforme. O cú da cesta é a parte mais dificil e nem todas sabem faze-lo bem. O mesmo se pode dizer das asas pois se ficarem mal feitas vão desfazer-se mal a cesta seja posta a uso.

Antigamente as cestas eram mais utilizadas nos trabalhos do campo e era necessário fazê-las mais vezes. Conta-se que em Espinhosela havia mesmo quem soubesse fazer alforjes em verga.


Este ano juntou-se uma boa camarada e o trabalho tem rendido bem. Já estão feitas muitas cestas, algumas bem jeitosas, e até já foram vendidas algumas a pessoas que nos visitaram. Já temos cestas para vários feitios e tamanhos e também já foram feitos alguns cestos e ainda temos verga para mais. Como hoje também foi dia de povo para tratar dos castanheiros o almoço vai ser de convivio e  feito na casa do povo.  Assim vai ser mais fácil continuar o trabalho pois não temos que parar para fazer o almoço.
Com as cestas, rendas e bordados vamos montar uma exposição do nosso artesanato que ficará na casa do povo para mostrar a quem nos visitar. Se as vendas correrem bem talvez seja necessário repetir a camarada para continuar a obra pois as cestas fazem falta para a quermesse.