

Destes terrenos saíram vinhos que, segundo se diz, tinham qualidade que recompensava o muito trabalho que davam a produzir. Nesse tempo todos tinham proa no seu vinho quando convidavam os amigos para beber um copo.
Contudo, a desertificação destas terras levou ao abandono das vinhas e os terrenos, outrora cultivados, estão hoje transformados em touças de carvalhos ou soutos novos. Hoje, as poucas uvas que se colhem são criadas em parreiras junto à aldeia. Aqueles que teimam em manter a tradição têm as tinas e lagares cada vez mais vazios ou compram uvas noutras paragens.

Depois do vinho ferver e de se espremer o bagaço vem o dia da aguardente. Nesse dia trazem-se os potes de cobre para a porta da adega e coze-se o bagaço produzindo a bagaceira para matar o bicho nas geadas manhãs de inverno.
Tempos houve em que se desenjoava com pão centeio nozes e um golo de aguardente.
Outros, como a tia Isaura que Deus tenha, bebiam-na pelo dia fora em pequenos golinhos para aliviar as dores das pernas e assim reduzir o cansaço.
Por vezes metiam-se no pote umas peras de inverno embrulhadas num pano que coziam no vapor e eram depois comidas com açúcar. Esta sobremesa é ainda hoje muito apreciada.
Actualmente já não é por necessidade que se faz tudo isto mas sim pelo gosto que os mais velhos têm de ensinar aos mais novos e assim perpetuar tardições. Por isso os netos e os filhos juntam-se aos pais e avós nestas tarefas onde também já participam as mulheres.
Actualmente já não é por necessidade que se faz tudo isto mas sim pelo gosto que os mais velhos têm de ensinar aos mais novos e assim perpetuar tardições. Por isso os netos e os filhos juntam-se aos pais e avós nestas tarefas onde também já participam as mulheres.
E que dia tão agradável que é!Sobretudo pelo convívio e também pela sobremesa...hum...:) Ainda bem que nós,mulheres, também já podemos participar...eheh.
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